Pesquisa artística com chapas de alumínio. Pinceladas que se sobrepõem e/ou se justapõem horizontalmente e verticalmente deslizando com tinta óleo em misturas de cores e diluições que seguem pelo metal. Chapas e folhas em alumínio são pintadas por semanas em um processo que se aproxima da veladura e incorporam a luz ambiente em sua superfície.
Por Rafaela Tasca
De cima para baixo, uma pincelada. Seguida de outra e mais outra sobre o alumínio. E assim surgem as pinturas de Tatiana Stropp, num duelo pictórico entre a translucidez do suporte ao fundo e as camadas cromáticas que o recobrem. De uma paleta variada fluem as faixas de transparência, opacidade e fluidez, justapostas ou entrelaçadas numa gramática formal aparente e repetitiva.
As passagens tonais e a sucessiva sobreposição da tinta a óleo se tornaram o toque característico de sua produção. Envoltos em uma atmosfera proveniente do fundo projetado em um palimpsesto de cores que impactam a experiência sensorial do observador, as composições de Stropp estabelecem relações com o Color Field dos anos 1960, nos zips de Barnett Newman e Gene Davis (…)
Por Benedito Costa Neto
É impossível não notar o brilho das pinturas de Tatiana Stropp. No entanto, esse brilho não se deve apenas à cor do alumínio, mas ao resultado da pesquisa da artista em relação à cor e ao tipo de material com o qual ela cobre a cor. Em geral, acredita-se que as pinturas são transparentes, permitindo-nos discernir a superfície, quando, na verdade, as várias camadas de tinta cobrem o alumínio em um interessante jogo de significados e resultados: alumínio coberto, alumínio redescoberto, material oculto, material revivido.
Por Daniela Vicentini
A pintura aparece quando Tatiana se aproxima da superfície opaca do alumínio. A proximidade apóia um gesto fisicamente expressivo que exala vida. Em uma única respiração, o pincel desliza sem problemas, verticalmente para cima e para baixo na superfície. Como se uma respiração profunda tivesse que ser fosse feita antes de cada gesto. A coloração é cinza, proporcionada tanto pelo suporte quanto pela escolha cuidadosa dos tons. A cor se torna cinza quando misturada com seu complemento: o vermelho quando ela coloca um pouco de verde, amarelo, roxo, azul e laranja. A justaposição e a sobreposição também cria novas tonalidades na própria superfície. Para gerar opacidade, transparência e textura de textura semelhante a grãos de madeira. Para controlar o efeito completo, o procedimento é lento. Cada cor e cada cada cor e traço é aplicado ininterruptamente, dia após dia. A partir desse controle inicial, há um pulso de de cor que reluta em aderir à estrutura. A cor cria a geometria. Ela também perde também perde sua rigidez, adotando a aparência de ser feita à mão. A pintura a ser criada inclui linhas finas e padrões sinuosos. (…)